Danilo Gonçalo, para o Notícias do Triângulo
A volta às aulas trouxe uma novidade que desagradou a muitos estudantes: o uso de celular em sala foi proibido pela Lei 15.100/2025, legislação sancionada pelo presidente Lula em janeiro, visando reduzir o impacto negativo que o excesso de telas acarreta no aprendizado das crianças e adolescentes.
A medida é válida em âmbito nacional, em instituições de ensino públicas e privadas. De acordo com o Ministério da Educação, “diversos estudos apontam que o uso excessivo de telas pode prejudicar o desempenho acadêmico, reduzir a interação social e aumentar índices de ansiedade e depressão entre crianças e adolescentes”
O Notícias do Triângulo questionou educadores, colégios e a Superintendência Regional de Educação (SRE) de Monte Carmelo para saber como a mudança está repercutindo nas cidades da região.
A Superintendência Regional de Monte Carmelo, que coordena a atuação de escolas estaduais em Abadia dos Dourados, Cascalho Rico, Coromandel, Douradoquara, Estrela do Sul, Grupiara, Monte Carmelo e Romaria, irá seguir as determinações do Governo do Estado na aplicação da Lei.
Dessa forma, alunos nos anos iniciais do ensino fundamental estão totalmente proibidos de usar o celular, sendo que o aparelho não deve sequer levado à escola.
Nos anos finais do ensino fundamental e no nível médio, os alunos estão proibidos de utilizar os aparelhos em sala de aula, recreio ou intervalos. Em caso de descumprimento, o estudante será advertido, e os pais, comunicados.
No estado, ficou definido que poderá haver exceções para atender aos alunos que precisam do aparelho para acessibilidade, inclusão, saúde ou para cumprir seus direitos fundamentais. Também é liberado o uso para fins pedagógicos.
No Colégio Fucamp, em Monte Carmelo, a determinação é direta: o uso é proibido durante as aulas e intervalos, exceto quando solicitado por um professor, pela equipe pedagógica ou em casos de emergência.
Em Coromandel, a Secretaria Municipal de Educação se manifestou por meio de uma nota oficial. A Pasta afirmou que irá buscar um “amplo diálogo com gestores escolares, educadores e famílias” e destacou que o município “reconhece o papel das novas tecnologias como ferramenta pedagógica”.
Visão do professor
A professora Deyse Souza Alves é mestre em Letras pela UFU e tem mais de 15 anos na educação básica e 6 anos de experiência no ensino superior. Ela considera positiva a nova legislação:
“Inúmeras vezes percebemos no cotidiano educacional situações de uso indevido desses aparelhos, as quais retiram a atenção dos alunos das aulas ministradas, desencadeiam situações de bullying, ciberbullying, crises de ansiedade entre outras problemáticas existentes no cotidiano escolar”, pontuou.

Dessa forma, Deyse diz que a legislação “é necessária para regular comportamentos humanos considerados socialmente inadequados”.
“Como utópica que sou, quero acreditar que haverá uma mudança comportamental positiva em relação às relações que abarcam o processo de ensino e aprendizagem no ambiente escolar”, complementa a professora.